As 15 maiores fusões

As 15 maiores fusões e aquisições anunciadas no semestre

Ranking da Anbima destaca as maiores operações em valores no período

  1. Shell e Cosan criam joint-venture de R$ 11,6 bilhões

    São Paulo - Em fevereiro desse ano, Cosan e Shell anunciaram o que veio a ser a maior operação em valor do primeiro semestre. As empresas formaram uma joint-venture avaliada em 11,6 bilhões de reais. A operação reúne operações de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa. O acordo definitivo foi assinado hoje.

    Com a parceria, as empresas esperam se posicionar em condições mais sólidas para crescimento e rentabilidade na área de biocombustíveis sustentáveis. A operação nasceu com uma capacidade de produção anual de cerca de dois bilhões de litros. A receita bruta anual estimada da joint-venture pelo mercado, na época, foi de 40 bilhões de reais. As duas companhias estão finalizando os acordos para constituição da parceria, que ainda não está operando.

    A operação impulsionou a participação do setor do agronegócio no volume total de fusões e aquisições do semestre. O setor respondeu por 23,8% dos 84,8 bilhões de reais das operações anunciadas no período, segundo a Anbima.

  2. Vale vende ativos de alumínio para a Norsk Hydro por R$ 8,5 bilhões

    São Paulo - A produtora norueguesa de alumínio Norsk Hydro divulgou em maio a segunda maior operação do semestre. A empresa comprou os negócios de alumínio da Vale por 8,5 bilhões de reais.

    Espera-se que a transação seja finalizada no quarto trimestre, após todas as aprovações requeridas serem obtidas. A Vale permanecerá exposta ao negócio de alumínio através de uma participação acionária na empresa combinada.

    A Hydro é uma companhia produtora integrada de alumínio com sede em Oslo, Noruega, e que possui participações em fundições na Noruega e em outros países, assim como participações em operações de alumina e bauxita, incluindo Alunorte, CAP, Alumina Partners da Jamaica e MRN.

  3. DIVULGAÇÃO

    Vale compra ativos da Bunge por R$ 7 bilhões

    São Paulo - A Vale aparece no ranking das maiores transações do semestre, elaborado pela Anbima, tanto vendendo, quanto comprando. A aquisição de 100% dos ativos de fertilizantes da Bunge pela Vale por 7 bilhões de reais, em janeiro, foi a terceira maior operação do período.

    A Bunge possuía operações e participações em empresas de fertilizantes. sendo a segunda maior produtora de fertilizantes fosfatados no Brasil. As plantas respondem por 14,2% do consumo total do país, segundo a Vale, e conta com duas minas de rocha fosfática - uma em Araxá (MG) e outra em Cajati (SP).

  4. BP adquire os ativos brasileiros da Devon por R$ 5 bilhões

    São Paulo – No primeiro semestre, a British Petroleum frequentou muitas páginas de jornais por causa do vazamento de petróleo no Golfo do México. No mesmo período, ela também participou da quarta maior operação de fusões e aquisições do Brasil. Em março, a empresa comprou as operações da Devon Energy Corporation no país por 5 bilhões de reais.

    Os "ativos brasileiros" representam um amplo portfólio de exploração em águas profundas na costa brasileira. Na época do acordo, analistas disseram que a parte mais importante para a BP era a que se referia às reservas submarinas brasileiras. Quando completada a transação, é esperado que os funcionários da Devon no Brasil participem da BP.

    A negociação foi uma das quatro do período entre empresas estrangeiras com empresas-alvo brasileiras. No mesmo semestre do ano passado, não foi registrada nenhuma operação desse tipo no país. Em igual período de 2008, ocorreu apenas uma.

  5. Braskem leva a Unipar por R$ 4,9bilhões

    São Paulo - O setor de química e petroquímica respondeu por 16,8% do valor total de 84,8 bilhões de reais de fusões e aquisições anunciadas nesse semestre. Dentre as 59 operações registradas, 8,5% foram de química e petroquímica. O primeiro lugar desse setor - e quinto no ranking geral - foi da Braskem, que comprou participações na Unipar por 4,9 bilhões de reais.

    A Unipar atua há mais de 32 anos na comercialização de produtos químicos e petroquímicos para todo o território nacional. Os dois grupos uniram suas empresas petroquímicas criando a Braskem, a primeira petroquímica integrada do país, isto é, que combina operações da primeira e da segunda gerações da cadeia produtiva do plástico, em uma única empresa. Atualmente, ela produz mais de 15 milhões de toneladas por ano de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos
  6. PDG Realty arremata a Agre por R$ 4,4 bilhões

    São Paulo - A PDG Realty fechou a compra da Agre por 4,4 bilhões de reais em maio. Se aprovada a operação, a nova projeção de volume de lançamentos da companhia combinada se situará entre 6,5 bilhões de reais e 7,5 bilhões de reais, segundo a empresa, para ano de 2010.

    O acordo cria a maior empresa imobiliária do país, com valor de mercado de 8,7 bilhões de reais. Esse valor é 5% superior ao da antiga líder, a Cyrela. O processo ainda deve ser julgado pelo Cade. Os diretores da Agre celebraram um contrato de trabalho com prazo de cinco anos e acordo de não competição por dois anos, após saída da empresa.

  7. Gerdau compra a fatia dos minoritários na Ameristeel por R$ 4 bilhões 

    São Paulo - A Gerdau comprou todas as ações ainda em circulação de sua unidade americana Gerdau Ameristeel em julho desse ano. O valor da operação foi de 4 bilhões de reais, segundo a Anbima.

    A Ameristeel é a segunda maior produtora de aço da América do Norte, utilizando fornos elétricos (mini mills) com uma capacidade de produção estimada em 10 milhões de toneladas de aços laminados. A Ameristeel tem unidades nos Estados Unidos e Canadá e produz uma série de aços longos, incluindo barras de reforço, perfis estruturais, vergalhões que são usados em setores como infraestrutura, automotivo, mineração, transmissão elétrica e produção de equipamentos.

    O setor de metalurgia e siderurgia foi responsável por 20,2% do volume de 84,8 bilhões de reais de fusões e aquisições anunciadas no primeiro semestre. A participação no total só é inferior à do agronegócio, que representou 23,8% do valor.

  8. Camargo Corrêa compra fatia na Cimpor por R$ 3,8 bilhões

    São Paulo - Em valores, o setor da construção civil e imobiliário representou 5,3% dos 84,8 bilhões de reais anunciados em fusões e aquisições no semestre. Entre as 10 maiores operações, duas são desse setor. A aquisição da participação da Teixeira Duarte na cimenteira portuguesa Cimpor pela Camargo Corrêa ocupa o oitavo lugar no ranking geral da Anbima.

    Em fevereiro, a Camargo Corrêa celebrou um acordo com a portuguesa Teixeira Duarte Engenharia e Construções para adquirir sua participação na Cimpor. O valor da aquisição foi de 3,8 bilhões de reais, segundo a Anbima.

    A Cimpor está entre os maiores grupos cimenteiros do mundo. Sua capacidade de produção é próxima dos 30 milhões de toneladas anuais, segundo a empresa. Suas atividades se estendem por diversos países como Portugal, Espanha, Moçambique, Marrocos, Brasil, Tunísia, Egito, África do Sul, Cabo Verde, Turquia, China, Peru e Índia.

  9. Sumitomo entra no capital da Mineração Usiminas por R$ 3,5 bi

    São Paulo - A japonesa Sumitomo entrou na composição acionária da Mineração Usiminas por 3,5 bilhões de reais. Esse valor levou a operação à nona colocação no ranking das maiores fusões e aquisições do semestre. No total, a nova empresa terá um valor estimado em 6,4 bilhões de dólares.

    A Sumitomo é conhecida pela tradição de 400 anos de experiência em diversos setores, como o comércio internacional de carvão e metais não ferrosos, mineração e fundição de ferro e aço, maquinaria. O grupo atua em 88 países. No Brasil, está presente há mais de 40 anos

    A Mineração Usiminas vai gerenciar as operações de mineração, transporte ferroviário e portuário. O plano da nova empresa prevê investimentos de 4,1 bilhões de reais até 2015, que serão aplicados em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque, dentre outros.

  10. Chineses compram a Plena Transmissora por R$ 3,5 bilhões

    São Paulo - Em maio desse ano, a estatal chinesa State Grid anunciou um contrato de 3,5 bilhões de reais para a compra de concessionárias de energia da Plena Transmissora. A empresa era controlada pelas espanholas Elecnor, Isolux e Cobra. Essa foi a décima maior transação anunciada nesse semestre.

    A Anbima destacou a participação das empresas asiáticas nas fusões e aquisições do período. Em valores, a região respondeu por 35,8% dos 16,8 bilhões de reais dos negócios anunciados entre empresas brasileiras e estrangeiras. Em número, os asiáticos participaram de 25% das 12 aquisições anunciadas.

  11. Braskem compra o controle da Quattor por R$ 3,2 bi

    São Paulo - Além da aquisição das participações da Unipar, a Braskem envolveu-se em outra das 15 maiores operações do semestre: a aquisição do controle da Quattor, por 3,2 bilhões de reais.

    Com a incorporação das ações da Quattor, ela se tornou uma subsidiária integral da Braskem. A Quattor foi fundada em junho de 2008, e sua capacidade anual de produção é de mais de 11 milhões de toneladas de produtos químicos e petroquímicos. O faturamento anual estimado da empresa é de 9 bilhões de reais.

    A Braskem foi formada em agosto de 2002, quando os grupos Odebrecht e Mariani integraram seus ativos petroquímicos à Copene Petroquímica do Nordeste, antiga central de matérias-primas petroquímicas do polo de Camaçari, na Bahia.

  12. Marfrig compra Keystone Foods por R$ 2,3 bilhões

    São Paulo – O Marfrig comprou a Keystone Foods por 2,3 bilhões de reais em junho. Na época da aquisição, a empresa brasileira afirmou que esperava que a operação e seu financiamento estivessem concluídos durante o segundo semestre de 2010.

    Com a aquisição da empresa, que atua no desenvolvimento, produção, comercialização e distribuição de alimentos à base de carnes, o Marfrig se torna um dos fornecedores de toda a cadeia internacional de McDonald´s, Campbell´s, Subway, ConAgra, Yum Brands e Chipotle.

    A Keystone Foods atende a mais de 28.000 restaurantes em 13 países incluindo: Estados Unidos, Europa (França e Reino Unido), Ásia (China, Tailândia, Malásia e Coréia do Sul), Austrália, Nova Zelândia e Oriente Médio (Emirados Árabes, Kuwait, Bahrain, Qatar e Oman). Em 2009, a empresa atuou com 12.900 colaboradores em 54 unidades, e teve uma receita líquida de 6,4 bilhões de dólares em seus negócios de alimentos e de distribuição, segundo o Marfrig.

  13. Acordo entre Tereos e Açúcar Guarani por R$ 2,1 bilhões

    São Paulo - Em 29 de março, o Grupo Tereos anunciou sua intenção de criar a Tereos Internacional por meio da combinação de sua subsidiária listada no Brasil, a Açúcar Guarani, com os ativos de cereais do Grupo Tereos na Europa e seus ativos de cana-de-açúcar do Oceano Índico.

    A estimativa, na época do acordo, era de que a Tereos Internacional teria uma receita anual proforma de 2,51 bilhões de dólares e ebitda de 366 milhões de dólares. A operação já foi consolidada. A companhia recém-criada produzirá açúcar, produtos à base de amido e álcool para o setor de alimentos e outros, e também produzirá bioenergia (etanol e eletricidade).

    Em junho, a totalidade das ações de emissão da Guarani foi incorporada pela Tereos Internacional, de forma que a Guarani se tornou uma subsidiária integral da Tereos Internacional.

  14. Votorantim Cimentos compra participação na Cimpor por R$ 1,8 bilhão

    São Paulo - Em meio à acirrada disputa pelo controle da cimenteira portuguesa Cimpor, outra empresa brasileira também entrou em cena. Em fevereiro, em fevereiro, a Votorantim Cimentos firmou acordo com o grupo francês Lafarge para adquirir participação na cimenteira. O valor da operação foi de 1,8 bilhão de reais, o que a caracterizou como a 14ª maior do semestre.

    A Cimpor é uma empresa de controle pulverizado. Sua capacidade de produção é próxima dos 30 milhões de toneladas anuais. Ela está presente em 13 países e garante à Votorantim Cimentos acesso a mercados como Europa, Ásia e África, ainda não explorados pela brasileira.

    Entre as 15 maiores operações do semestre, duas envolveram a Cimpor. Além da Votorantim Cimentos, a Camargo Corrêa também comprou participações na companhia portuguesa.

  15. Banco do Brasil compra fatias na Cielo e CBSS por R$ 1,7 bilhão

    São Paulo - Em abril, foi acertada a 15ª maior operação do semestre: a aquisição de fatias na Cielo e na Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS) pelo Banco do Brasil por 1,7 bilhão de reais. Com a operação, o BB aumentou sua participação nas companhias.

    Essa é a única operação do setor financeiro que está entre as 15 maiores do semestre. No período, o setor financeiro foi responsável por 4,5% dos 84,8 bilhões de reais registrados em fusões e aquisições. Em número de operações, do total de 59, o setor financeiro respondeu por 10,1%.

    O semestre registrou um aumento nas operações acima de 1 bilhão de reais. Elas representaram 37,3% do total de operações do período – em 2009, a participação foi de 25%. Esse é o maior percentual registrado ao longo da série do ranking Anbima de fusões e aquisições, que começou em 2006.